ZONA DE IMPACTO
ISSN 1982-9108 ab irato
Vol. 11, Ano XI, julho, 2008
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alberto lins caldas
Departamento de História – UFRO
Centro de Hermenêutica do Presente
www. albertolinscaldas.unir.br
albertolinscaldas@yahoo.com.br
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*. a matéria essencial é linguagem: linguagem é a “matéria”, as “coisas”, os “sujeitos”, as “relações vivas”.
*. a matéria essencial são as “coisas”, os “sujeitos”, as “relações vivas”: linguagem é tudo isso tornado jogo na medida: parte do movimento lúdico devindo em suas forças y poderes no imediato.
*. as relações vivas são a matéria essencial: é a linguagem das coisas, são as coisas da linguagem: os sujeitos y as coisas são as relações vivas.
*. isso não exclui historicidades, contradições, politicidades, mas pressupõe elas: forças y poderes se apresentam “agora” sempre como historicidades, contradições, politicidades: o aparecer, o pensar, a substância das forças y poderes: atu-ação de “recortar” devires, desdobrar, impor ritualmente: o real é imposição ritual: a tribo existe como imposição ritual, forças y poderes nos devires: práxis incessante criando y descriando, dobrando y desdobrando o existente no imediato: vivências imaginárias se desdobrando agora em seus limites y centros mantendo a continuidade do existente, da efetividade tribal, q precisa da presença [ao mesmo tempo individual, grupal y tribal] y das forças poderes ritualizados enquanto identidade y diferença, necessidade y liberdade, crenças y naturezas.
*. a relação entre as “palavras” y as “coisas” não é lingüística, lógica, histórica ou ontológica, mas vital: “palavras” y “coisas” são geradas nos jorros vitais do imediato, no produzir reproduzir o real no imediato: os jogos vivos, jogos da vida, produz reproduz “palavras” y “coisas” (palavras coisas: coisas palavras: linguagens-entes): as forças poderes postos em andamento separam apenas por “astúcia”, por “conveniência”, por teoricismo y misticismo, “palavras” y “coisas”: a relação é “carnal”: se faz na práxis criadora do real no imediato: nominalismos y realismos são faces da mesma cabeça monstruosa: a separação é pura y ingênua metafísica: não há “mecanismos” separados para a geração da linguagem y a geração das coisas: “lógica”, “lingüística”, “teoria da literatura”, “economia”, “política”, “prática” y “teoria”, só se separam metafisicamente: as cristalizações dos devires precisam produzir uma “multiplicidade” estranha y dolorosa de máquinas de tortura: como cada máquina “separada” significa, funciona, parece lógica, dão a parecer [são criadas pra funcionarem separadas, existirem separadas: se cria inclusive a relação y as dificuldades da relação] q podem ser separadas, pensadas cada uma no seu quarto, na sua lógica: não “há” nexo algum, ponte nenhuma, nenhuma “caráter lógico” algum entre as “palavras” y as “coisas”, entre a “linguagem” y o “mundo”, entre os “nomes” y os “objetos”: nenhuma relação estável, pura, sincera, lógica, ontológica ou seu inverso: tanto os “elementos” quanto suas relações não puras máquinas metafísicas em funcionamento.
*. o mundo é a tribo: só há o mundo da tribo: a tribo é linguagem: as linguagens são as coisas: as coisas são as linguagens: linguagens coisas fazem parte das forças poderes q formatam o imediato enquanto efetividade: devires entizados são, no imediato, linguagens coisas, coisas linguagens: a efetividade, o real, o mundo, o concreto: as separações são possíveis porq cada “ente” ao ser entizado, desdobrado, posto, posto a funcionar no imediato, “é” enquanto uma lógica, uma funcionalidade, um conhecimento, uma materialidade, um horizonte de verdade, realidade, ficcionalidade, de concretude, de movimento, de relações q parece, y “é”, autônomo, parecendo criar y criando “suas” próprias posições, mediações, sentidos, razões, possibilidades y impossibilidades: rituais de força poder garantem sua “existência”, seu “valor”, sua “história”, sua autonomia escondendo os jogos, o jorro.
*. o q dá o “caráter” lógico, ontológico, histórico ... à linguagem mundo, às palavras y as coisas, é a atu-ação ritualizada q “é” o imediato: forças poderes num “círculo vicioso”: o imediato é esse círculo vicioso: esse poder-de-ser sempre entruturado, sistêmico, encadeado, hierarquizado, orgânico, coisificado coisificante: poder-ser-pensado y poder-de-ser são arquitetônicos pelos ritmos ritualizados das forças poderes criando o imediato: imaginários dolorosos demais, ásperos demais, jorrando violentamente no agora, indo y vindo, aparecendo y sumindo com estranha tormenta, pra se deixarem “perceber” ou “pensar” como imaginários vivos de força poder gerando a efetividade no imediato: natureza, sociedade, história, homem, humanidade são noções internas da tribo q apenas dizem o limite da compreensão do q é “interno”, do q “é-já”, do q jorra do nada para o nada y na fina linha do imediato aparece como a realidade, unidimensionalidade q jorra das multidimensionalidades imaginárias.
*. os “modelos da realidade” não são o q se propõem: são modelos, isto é, são “representações” de si mesmos, das teorias q os torna “possíveis”: já são modelos de modelos: os devires não são modelizaveis, não se tornam linguagem a não ser naquelas q sejam devires também: as modelizações da realidade dizem respeito a realidade das coisas, das temporalidades, das lógicas, isto é, enquanto espacialidades y imaginários, coisas domesticadas, imobilizadas em seus fluxos, possibilidades vivas de desdobramento y convivência: essa realidade, a “imobilizada” nas coisas y dos imaginários já incluem modelos em sua “forma de existência”: propor modelos, propor uma relação entre linguagem y mundo requer reduzir o existente a uma dimensão coisificante apenas: dizer q modelos são modelizáveis.
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*. "algo" é sempre relações de forças, presença, imposições de sentido y existência.
*. "algo" só é compreensível se buscarmos as forças postas em ação, em relação, em ex-pressão: realidade são forças em relação postas, impostas, dispostas, propostas em rituais q escapam y se impõem.
*. a "história" de algo é a compreensão (compressão) das forças q puseram esse "algo" (em relação, em movimento, em significância).
*. a estimativa, a pesagem das forças, suas posições y relações, são os sentidos para o estimador: os sentidos nas redes vivas das forças não são aqueles sentidos inventados pelo estimador, mas aqueles gerados pelas relações de forças no imediato, isto é, como essas forças se vêem, se dizem: máscaras q escondem seu caráter de forças.
*. "algo" é expressão de forças: sua aparição é a aparição das forças [presença do estimador enquanto "todas" as forças: poder de expandir, de ex-por todas as forças, todas as relações de forças, ou ocultar, reverter, deformar, enfraquecer]: não há "algo" y as forças: as forças q irrompem são o "algo": forças sobre forças contra forças: o imediato em sua pluralidade é a irrupção do entrenós através-de-mim enquanto todas as forças q me fizeram, me fazem y fazem fazer o real: a multiplicidade, a pluricidade, a multidimencionalidade do real é a minha, é a do entrenós.
*. os devires são as forças: o "ser" dos devires são os fogos de forças.
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